segunda-feira, 11 de junho de 2007

Londres no seu melhor - 1. Dia de Portugal

O melhor de Londres é a sua diversidade. Não é só o facto de haver muitos estrangeiros. É a capacidade de transformar vários espaços da cidade no cantinho de cada país. E ontem, no Kennington Park, estávamos em Portugal!
Esperavam-se 30 mil pessoas, não faço ideia se estavam ou não. Mas certamente éramos muitos, trajados a rigor e com um batalhão de crianças. À volta de um relvado montaram 10 tendas de comes e bebes, cada uma explorada por uma colectividade local. No centro, um palco por onde foram passando vários artistas.
Nesse palco, o dia começou com uma missa. Não deixa de ser estranho estar numa missa ao ar livre num parque de Londres, mas ao mesmo é motivo de alegria celebrar a Fé com os meus compatriotas. E foi a minha primeira missa com cheiro a sardinhas!
Veio um bispo de Braga para a ocasião, mas a "estrela" foi o capelão da comunidade portuguesa em Londres, um padre velhote que gosta muito de cantar e de "dizer coisas". E até tivemos direito a uma versão coreografada do hit Põe tua mão na mão do meu Senhor...
Para matar a fome e as saudades não faltavam opções: frangos, sardinhas, chouriço, entrecosto, salgados e bolos. E não menos importante, o vinho verde e a cerveja Sagres.
Entretanto o sol brilhava no céu azul e a temperatura chegava aos 25ºC, de maneira que não era difícil distrairmo-nos e por momentos pensarmos que estávamos realmente em Portugal!

As minhas companheiras do dia, a Maria e a Fátima, não se fizeram de rogadas no que toca a provar as delícias gastronómicas da nossa terra.

No palco, houve lugar para tudo: danças regionais da Madeira, muito fado e música pimba, quase sempre por artistas locais. Um dos momentos altos foi a actuação da Saltitona (!), uma rapariga que cantava uma mistura de músicas conhecidas, dos D'zrt ao Atirei o Pau ao Gato, para o público mais novo.

A única vedeta vinda de Portugal, cabeça de cartaz, era o Fernando Correia Marques, autor de grandes sucessos como o Burrito e o Carocha do Amor. Infelizmente, quando chegou a vez dele já estavam a bater as sete da tarde, hora prevista para terminar a festa. Como os ingleses não dão abébias, acabou por só cantar uma música (Quero casar em Portugal, nos Açores ou na Madeira, quero casar em Portugal, ser feliz a vida inteira...).


E depois de encerrada a festa com o hino nacional, lá voltámos para casa com a alma cheia da mais profunda cultura lusitana.

4 comentários:

Cromossoma X disse...

oh, pronto!
Obrigado por porem estas coisas aqui e deixarem uma pessoa cheiiiiiiiiinha de inveja :(
Eu queria tanto ter la estado!!!

(mas tenho visitas que a ultima coisa que querem e' viver portugal, so querem viver londres, consumir londres...eu percebo, mas...)

Ja agora temos que combinar qualquer coisa um dia destes! Eu vou a pt agora ate a' proxima segunda, mas podiamos combinar pra depois um pic nic ou barbecue somewhere...que achas?

Anónimo disse...

por motivos profissinais também tive a oportunidade de ir a essa tão famosa festa, contei na empresa que se não tivesse apanhado o avião (porto/stansted) não acreditaria que estava num parque em Londres, parecia tudo tão familiar. Mas o mais engraçado, foi como observadora verificar as várias vagas de emigrantes!!! Tu por exemplo, já fazes parte da nova vaga licenciada, mas que não resiste a uma boa sardinhada! boa sorte!

Anónimo disse...

Ora pensava eu que o meu blog, que comecei à poucos dias era original: http://tugaemlondres.blogs.sapo.pt/ e por curiosidade fui fazer uma pesquisa por blogs com a palavra Londres e bang, aparece-me o teu, com o mesmo intuito de passar as experiencias de um portugues em Londres. Enfim, também seria muito estranho eu ser a pioneira na ideia, e até devem haver mais uns quantos, mas é optimo porque torna-se interessante ler sobre os acontecimentos e opiniões de outros tugas em Londres. Bem, relativamente a este teu post sobre o festival do dia de portugal pelo menos pareces ter uma ideia bem diferente da minha.

Miguel disse...

Uma pena terem de associar estas festas a missinhas e coisitas da fé. Que beatice, que raio de povo!