sexta-feira, 4 de maio de 2007

Cafezinho - parte 2

Lembram-se da senhora madeirense de que aqui vos falei na semana passada? Pois bem, nos últimos dias estive várias vezes em contacto com ela, o que significa várias situações hilariantes. Não quero ser mau, a senhora é muito querida e continua a insistir que me leva ao tal café português, mas de tão típica às vezes fico com a sensação de estar a falar com uma personagem do Gato Fedorento!
O factor mais imediato é o seu cerrado sotaque madeirense já impregnado de algumas palavras em inglês. Há dias, depois de ver a casa nova, perguntava-me ao telefone se eu sabia onde ficava a "bolha". E eu para mim, "bolha... bolha... mas que bolha?", até ela me explicar: "a bolha du gás!" E ontem, que ela vinha cá buscar uma chave, telefonou para me dizer: "estou aqui à porta do bild", que é como quem diz, do edifício (building).
Mas o imporante nesta história é que tudo terminou em beleza. Depois de ver a casa que lhe oferecíamos, espaçosa e num prédio novo, a senhora ficou maravilhada e desistiu de interpor o recurso para que lhe reconhecessem o direito a ficar com a mãe. Ou seja, claro que a mãe pode ficar com ela, só não lhe dão uma casa maior. E ela lá me explicou porquê:
- A mãezinha está muito mal... No outro dia fui com ela ao médico e ele disse-me: "Maria, a tua mãe já não vai durar muito. Com a asma e bronquite naquele estado, mais 1 ou 2 anos..." E depois se a mãe morre, para que é que eu quero uma casa com 3 quartos? Nã quero! Assim, temos uma salinha grande, eu ponho lá um divãein para a mãe, faço uns cortinados...
Haja sentido prático da vida! A Maria já está na sua casa nova. E um dia destes lá vou eu comer um prego...

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