segunda-feira, 16 de abril de 2007

A viagem de regresso

Ao contrário das vezes anteriores, na semana passada soube-me bem voltar a Londres. Estava (e tem estado) bom tempo e trazia na mala uma série de projectos para os meses que se seguem(emprego, cursos, relações, ginásio...). E pela primeira vez, vim sem trazer a próxima visita a Portugal marcada.
Três pequenos incidentes, chamemos-lhe assim, marcaram a viagem de terça passada.
No avião, uma fila à minha frente estava a saída de emergência. Não sei se sabem, mas quem aí se senta tem de cumprir uma série de requisitos extra de segurança - uma vez a hospedeira até me perguntou se eu estaria à vontade para abrir aquela porta, se fosse necessário. Ora, uma senhora chica-esperta que ia nessa fila resolveu fazer birra de menina só porque lhe pediram que vestisse (ou tirasse) o casaco, em vez de o levar aos ombros. Está certo que não era uma grave ameaça à segurança dos passageiros, mas regras são regras, sobretudo dentro de um avião. Várias hospedeiras lhe pediram o mesmo e ela disse sempre que não, em maus modos; queixou-se do atraso do vôo (tinham estado a mudar uma roda do trem de aterragem), porque tinha uma reunião em Londres, e chegou até a chamar-lhes nomes. Típica pessoa em que o alto cargo que atingiu não tapa a falta de chá em pequena. Veio a "hospedeira-chefe", pregou-lhe um raspanete educado e preencheu uma queixa contra a senhora. Aí foi vê-la mudar de atitude, pedir desculpa e quase implorar para a outra retirar a queixa. Duma multa não se livra, e é bem feito! Não suporto as pessoas que se acham importantes e no fundo são apenas mal-educadas.
Nesta história que agitou boa parte do vôo naquelas filas (teve a sua piada, tenho de admitir), de louvar o profissionalismo de uma das hospedeiras, uma rapariga nova que para mais era GTD (sigla para "gira todos os dias"). Depois de ter ouvido os insultos da senhora, e depois de resolvida a confusão, virou-se para ela com um sorriso nada forçado e perguntou: "Quer que lhe traga um copo de água?"
Entre Heathrow e o meu trabalho demorei bastante mais do que o costume, porque a linha principal estava interrompida durante parte do percurso. Enquanto esperava numa estação, a instalação sonora anunciava: "The Piccadilly line is suspended between ... and ... due to a man under a train." É bom manter os utentes informados, mas talvez fosse escusado o detalhe... e até pode dar ideias a quem não ande muito bem.
Finalmente, à chegada a Stratford ouvi um grupo de índios sul-americanos, daqueles que tocam músicas instrumentais em flauta, sobre um fundo de ritmos gravados. E que melodia tocavam eles? "Vamos brindar com vinho verde que é do meu Portugal..." Estão a ver que música é? E apesar de eu estar de bom humor, querem coisa mais deprimente para me receber neste país?

4 comentários:

DM em Caracas disse...

Não, não conheço... Mas gosto de vinho verde!

Anónimo disse...

Caro Tiago, sou o Vitor da Amora (amigo do Dário, estivemos juntos nas JMJ de Toronto em 2002) e há bastante tempo que sigo o teu blog. Vou estar em Londres com a Sónia de 24 a 27 de Maio para o casamento de um amigo. Se estiveres por aí na altura era engraçado tomarmos uma cerveja. Que te parece ? Um abraço

Anónimo disse...

Ehehe .. Londres a rullar :) por akaso devo ir ver o Sporting hoje ao sporting london :)

Anónimo disse...

RCC (sigla para "rir cumó caraças")...não, não consigo imaginar pior...ou melhor, consigo... a música não pára de soar na minha cabeça e tenho 3 contratos de distribuição para redigir... é pior que beber o dito verde..."aldeia branca... que deixei ao pé do maaaaaaaar" (lembras-te da carapinha do cantor?)