segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Vida nova

A vida cá em casa entrou numa nova fase com a chegada da Daniela.
Antes de mais, devo fazer justiça à Nayan. Foi muito bom viver com ela durante um ano. Gozar de boas conversas, experimentar uma cozinha bem diferente, dançar as músicas de Bollywood... Ela foi sempre impecável comigo, ouviu os meus desabafos e deu conselhos, partilhou também os seus problemas e desafiou-me para vários programas. Nos últimos meses já conseguia ler os meus pensamentos pela minha expressão facial - o que, diga-se de passagem, não é muito difícil! E sem dúvida que quero manter esta amizade, mostrar-lhe um dia Portugal e ir conhecer a Índia.
Mas também há que reconhecer que nem tudo foram rosas. Ela era um bocado desarrumada, os padrões de limpeza eram muito pouco exigentes, a cozinha ficava sempre em pantanas depois de ela cozinhar e os seus convidados eram os que mais incomodavam. Ok, eu sei que são culturas diferentes, mas a verdade é que agora dá gosto abrir a porta e não sentir cheio a especiarias, não ter gente a comer no chão da sala, não ter na casa-de-banho um milhão de frasquinhos inúteis e um utensílio metálico sinistro que, depois de muito nos interrogarmos, descobrimos que servia para limpar a língua.
A verdade é que, após uma limpeza a fundo na passada quarta-feira, a casa continua com um aspecto... limpo! O que antes seria praticamente impossível. E também aproveitámos a mudanla de flatmate para fazer alguns melhoramentos: novo router (finalmente posso usar a internet no Mac), novas lâmpadas, e o senhorio veio fazer :
A Daniela chegou na quinta-feira e foi fácil a sua adaptação. Eu tenho tentado falar o máximo possível em português, e achei muito divertido quando a certa altura estávamos os três a falar a língua de Camões - decidimos fazer "dia sim, dia não", português e espanhol, vamos ver se é para valer. Ela é discreta, passa o tempo no computador e sai para correr de manhã cedo. Sábado foi um "dia de flatmates": ficámos em casa, almoçámos e jantámos juntos, desvendámos um pouco da nossa vida, ouvimos música... um dia de puro relax e dolce fare niente!
Para a memória, e em especial para que todos os que andavam a pedir uma fotografia da Daniela, aqui fica o registo do nosso jantar. Os que já por cá passaram hão-de notar que a garrafa de vinho verde do Sainsbury's continua a ser presença fiel.

E a verdade é que tenho andado mais satisfeito com a vida caseira. Nos últimos dias tem-me dado para cozinhar! A quiche de atum já está, como o bolo de maçã, ao nível das "apostas seguras". E para este jantar aventurei-me a preparar uma vol-au-vent de carne picada, com maçã e passas. O resultado esteve longe de ser perfeito, ainda há muito para melhor, mas o certo é que tudo desapareceu numa refeição! E reparem no pormenor do 67, que é o número da nossa porta...

2 comentários:

Mafi disse...

Bem, a Daniela tem um ar muito simpático...vamos lá ver como é agora o dia a dia! achei lindo a história da lingua dia sim dia não, mas podias fazer um incentivo aqui para os nossos lados! :)
PS: a tarte tem cá um aspectozão...

Anónimo disse...

Mas olha lá tu só fazes petiscos dos complicados? Olha que o vol-au-vent tinha um aspecto impecável! Jura que não foi comprado já assim preparada e depois foi só pôr no forno?
Tia Dáda