terça-feira, 28 de fevereiro de 2006

Nando's

Hoje entrei pela primeira vez no Nando's. É um franchising de restaurante de frango, criada há 20 anos por um português na África do Sul, e que hoje está implantada em vários países. Só em Londres existem 60 destes restaurantes! E recentemente começaram a vender o seu piri-piri nos supermercados.
Todos os dias me cruzo com um Nando's na rua do meu trabalho, mas como frango não é o meu prato favorito, tinha resistido até hoje a experimentar. Mas o almoço de despedida de uma colega foi o pretexto para a minha estreia.
A decoração é em estilo rústico, com pilares de madeira e vasilhas de barro por todo o lado. Numa das paredes tinha a lenda do galo de Barcelos, que se exibe orgulhoso no logotipo do restaurante. Não sei se era por ser Carnaval (duvido), mas a música de fundo era brasileira.
Em vez de frango, pedi um "prego", com uma carne extremamente tenra. E uma Super Bock! Para a sobremesa, um pastel de nata, outra coisa que eu em Portugal nunca pediria - gosto dos bolos mais enjoativos, o pastel de nata parece-me demasiado light. A avaliação foi positiva, mas o menu quase só de frango não é atractivo suficiente para me fazer voltar muitas vezes.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2006

Sing-a-long

A pedido de várias famílias, aqui fica a descrição do “Sing-a-long with The Sound of Music”. Eu achava que ia ser um mero karaoke do filme, mas foi muito mais que isso!
Chegámos ao cinema e havia muitas pessoas mascaradas. A maioria ia de freira, mas havia também várias crianças, alguns soldados, e outros fatos que não lembrariam a ninguém: uma abelha (“when the bee stings…”), uma agulha (“sew - a needle pulling thread”) e até um rapaz mascarado de tea, que levava ao pescoço “jam and bread”!
Na primeira meia hora, um apresentador sui generis chamou todos os mascarados ao palco, para o concurso do melhor disfarce, e depois deu-nos as instruções do que devíamos fazer durante algumas cenas do filme. Isto porque cada cadeira tinha um saco com alguns adereços:
1 - Cartões com a fotografia da Maria, um ponto de interrogação e a palavra “flibbertijibbet”, para mostrar durante a música das freiras (“how do we solve a problem like Maria”); quando diziam “a clown”, tínhamos de fazer o barulho de um pum!
2 - Um pedaço de tecido, para agitar quando a Maria pensa como fazer as roupas para os miúdos.
3 - Um convite para o baile do capitão.
4 - Um estalinho com confettis para rebentarmos em simultâneo quando o capitão e a Maria dão o primeiro beijo.
5 - Uma flor do campo para a música “Edelweiss”.
Para além disso e da cantoria toda (apareciam legendas sempre que começava uma canção), tínhamos de fazer alguns efeitos visuais e sonoros:
- Sons de animais (ovelhas, vacas, …) durante a imagem inicial dos montes austríacos.
- Gritar “Hello Maria” e acenar, sempre que ela aparecia.
- Fazer “oooooohhh” (tipo “que queridos!”) quando apareciam as crianças.
- Fazer uma coreografia durante a música do "do-re-mi".
- Ladrar sempre que aparecia o Ralph (o namorado da filha mais velha): Roulph! Roulph!
- Fazer “csse csse”, como se faz para assanhar os gatos, sempre que aparecia a baronesa.
- Fazer "buuuu!" sempre que apareciam os nazis.
E durante todo o filme as pessoas faziam comentários às cenas, e mandavam bocas e piadas em voz alta. Tudo o que numa ocasião normal seriam péssimo fazer no cinema. Mas neste caso provocava o riso colectivo.
Foi simplesmente lindo! E passados alguns dias, ainda continuo com as músicas na cabeça.

domingo, 26 de fevereiro de 2006

Este fim-de-semana andei por aqui


Portobello Market

Picadilly Circus

Millenium Bridge/Tate Modern

Big Ben

Covent Garden

Camden Market

sábado, 25 de fevereiro de 2006

Parabéns, Mãe!

E obrigado por me ter dado raízes e asas...

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

These are a few of my favourite things!

Há muito que andava de olho neste espectaculo. Num cinema do centro de Londres, daqueles em forma de anfiteatro 'a antiga, passa a "Musica no Coracao" com legendas, para que todos os espectadores possam cantar do principio ao fim. Sao tres horas de karaoke! Para tornar o momento ainda mais kitsch, muitas pessoas vão vestidas como as personagens do filme.
Este filme, e também a sua banda sonora em vinil, fazem parte da minha infância. Há uns anos estive a passear com um grupo de amigos em Salzburgo, num carro alugado, e fizemos questão de ir procurar os vários lugares onde foi filmado. E hoje vai ser mais uma etapa desta loucura... Vou com a Ana e as nossas visitas deste fim-de-semana: a Madalena e o Paulo! Depois conto.

O que eu dava para lá estar...

Bono canta com Ivete Sangalo no Carnaval da Bahia

O vocalista dos U2, Bono, cantou com Gilberto Gil e Ivete Sangalo no primeiro dia do Carnaval de Salvador, que começou quinta-feira no Brasil.
Com dois microfones instalados no camarote do ministro da Cultura brasileiro, Gil e Bono acompanharam Ivete durante os momentos em que esta passou diante do espaço onde os dois artistas estavam, actuando junto com o seu trio eléctrico «Cerveja & Cia».
O vocalista da banda irlandesa acompanhou então a cantora no refrão de uma das suas músicas mais populares deste ano e Ivete Sangalo cantou «Vertigo», o primeiro single do último álbum da banda de Bono Vox.

O que fazes na vida?

Sempre tive um problema com esta pergunta, tanto em Portugal como aqui. Quando me perguntam pela profissão, gostava de poder responder de uma forma directa, que toda a gente percebesse, assim tipo médico, repórter fotográfico ou até mesmo uma das novas expressões politicamente correctas, como auxiliar da acção educativa. Mas como diria um professor meu, não é assim tão fácil...
A confusão começa por ter tirado o curso de Direito e, ao contrário de 90% dos meus colegas, não ter feito o estágio de advocacia nem os exames da Ordem. Ou seja, não sou, nem pretendo vir a ser, um advogado. Quando tenho de preencher o campo da profissão num formulário em Portugal escrevo "jurista", mas quando tenho de dizer a alguém o que sou, aí é que a porca torce o rabo!
- Tirei o curso de Direito.
- Ah, é advogado...
- Não... sou...
- Juiz?
E imaginem explicar isto no ano em que estava a fazer introdução de dados, ou a vender T-shirts ou a fazer de motorista no Euro! Para que fique bem claro, três funções que me deram grande prazer.
Entretanto, a confusão aumentou depois de ter estudado Política Social, que é uma área com que realmente me identifico e onde pretendo fazer, ainda que seja alérgico a esta palavra, carreira. Não sou político, nem sociólogo, nem assistente social, mas sinto-me posicionado algures no meio dos três.
Quando me perguntam o que faço, digo que sou policy officer numa housing association, o que para os ingleses é claro como água. Podem não saber muito bem o que faz uma housing association, mas quase todas as organizações têm uma pessoa ou uma equipa a tratar das "policies" (= políticas), isto é, dos regulamentos internos, do modo de funcionar da empresa, da coordenação entre serviços, da cooperação (e comparação) com outras organizações do sector e da adequação à lei.
Mas se digo policy officer a um compatriota, ainda vai pensar que sou agente da polícia! E como é difícil adaptar o conceito de housing association à realidade de Portugal, acabo por demorar séculos a responder à malfadada pergunta:
- Trabalho na área social, numa "empresa" de habitação social, mas é uma coisa sem fins lucrativos, quer dizer... nós arrendamos casas às pessoas que não podem pagar muito por elas... e o meu trabalho é organizar o funcionamento interno da empresa, assegurar que os serviços vão melhorando...
- ...? (ar confuso)
- Humpf...

terça-feira, 21 de fevereiro de 2006

Saudável!


Depois de me tirarem o quisto, continuo com qualquer coisa infectada por ali. Nada de especial, segundo me dizem, ao que parece é normal sobrar um bocadinho de porcaria. Por isso, tenho voltado ao centro de saúde para ser visto pela enfermeira (e digamos que não tem sido um grande sacrificio!), continuo com um penso na cara e a partir de hoje vou tomar antibióticos. Nenhum drama...
O que me deixou contente foi que, depois de já ter vivido um ano e meio numa cidade poluida como Londres, e com uma dieta pouco exemplar, esta foi a primeira vez que entrei numa farmácia para comprar um remédio! Nem sequer xaropes ou vitaminas.
Deve ser ainda fruto de ter mamado até aos 2 anos...

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006

Festa portuguesa

Nunca em festas anteriores tinha tido algum português, por isso desta vez desforrei-me: contando comingo, éramos 12 tugas e 12 estrangeiros – estávamos empatados! E no fim chegou um luso-chileno, por isso também não veio desempatar.


A ideia de fazer a festa tinha surgido pela oportunidade de ter cá 5 portugueses de visita: a Diana Santos e a Diana Gala, minhas amigas do MSV, e a Sara, o Duarte e a Teresinha, todos do CUPAV e afins jesuíticos. Esta seria a minha base de apoio para manter a pista de dança on fire!

Depois convidei alguns portugueses que já conhecia: o João, irmão do meu amigo Rui, e a Luísa, sua namorada; a Fátima, amiga da Maria Dória e do Gonçalo; a Patrícia e a Cláudia, amigas da Joana; e a Sofia, amiga de um colega do meu cunhado, que há poucas semanas me tinha pedido ajuda para procurar uma casa. Os restantes eram 5 chilenos, 3 indianos, 2 alemãs, 1 italiana, e 1 sul-africano.

No início todos estivemos à volta da mesa, repleta de guloseimas, como podem ver na fotografia. Não faltaram os pastéis de nata, os tremoços muito bem temperados, e o caldo verde servido a meio da noite.

Mas quando chegou a hora de dançar, todos saltaram para a nossa sala. A certa altura, e graças à música pimba (Aperta, aperta com ela!), conseguimos a proeza de pôr a dançar todos os presentes. E fizemos o tradicional comboio, e aquela-coisa-dos-pares-a-passar-por-baixo-dos-braços-dos-outros-tipo-linda-falua. Tudo isto sob o olhar da bandeira nacional, orgulhosamente “hasteada” na nossa parede. Foi simplesmente lindo! E não foi só com a música pimba, também fizeram bastante sucesso a “Criatura da Noite”, dos Entre Aspas, “Ao Limite Eu Vou”, os D’zrt, enfim, toda uma miscelânea de diferentes estillos.

Tivemos a seguir um momento de karaoke (Lusitana Paixão, Estou Na Lua…), e por fim passámos a uma fase tão querida da nossa alma revivalista: recordar as músicas da nossa infância, desde os desenhos animados aos anúncios da tv (qual de vós não tem conversas recorrentes sobre este tema?). Mas nesse momento ficámos sozinhos na sala! Os estrangeiros acharam muito estranho ver-nos dançar ao som de clássicos como "Coca Cola, sensação de viver" ou "Tu andas sempre descalço, Tom Sawyer", e a certa altura olhavam-nos pelo vidro da cozinha com o mesmo espanto de quem observa os macacos no zoo!
A noite acabou relativamente cedo, lá para a uma da manhã, porque muita gente tinha transportes para apanhar, e à sexta há mais cansaço acumulado, mas também porque o vizinho do lado não estava a gostar do barulho.
Todos saímos com a alegria de uma noite passada à maneira da nossa terra! E qualquer dia (quando os meus flatmates recuperarem do choque) há mais!

Yo!

Já vos escrevo sobre a festa portuguesa. Para já, mostro-vos o nosso look para irmos a uma festa de Carnaval no sábado, em casa da Ana. O anjinho e o diabinho são as Dianas que estiveram cá de visita este fim-de-semana, vindas de Paris. E o dread sou eu! Não dá para ver na foto, mas num dos braços tinha uma "tatuagem" a dizer "rap or die" e as calças iam bem descaídas. E nestas figuras atravessámos metade da cidade, de autocarro e a pé, mas acho que aqui as pessoas estão tão habituadas a ver gente estranha que nem sequer paravam muito a olhar. A festa estava carregadinha de biólogos nacionais e estrangeiros, e teve música do melhor!
O pior aconteceu no regresso a casa. Enquanto dormíamos profundamente no autocarro, alguém levou as carteiras das Dianas, o que nos valeu um domingo passado entre o consulado, a estação da polícia e o terminal do Eurostar. Felizmente, depois de um emocionante sprint final conseguimos que elas apanhassem o comboio de volta para Paris. Et voilá!

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2006

Hoje à noite!

Tremoços, azeitonas, chouriço, broa de milho, pão caseiro, vinho verde, sangria, Sumol, música pimba, fado… tudo isto e muito mais! Um grande obrigado ao Eduardo por ter desenhado o convite!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

Quisto, olvide-o!

Sabem aquela anedota antiga:
- O que é um quisto?
- É um senhô pendu'ado numa c'uz!

É tão hilariante como o trocadilho do título deste post (Isto, Só Vídeo?), ou como a piada de ontem ao "São" Valentim, mas foi o que me ocorreu agora, quando ainda sinto a bochecha esquerda um pouco dormente.
Fui de manhã extrair da cara um quisto sebáceo, que por lá estava há cerca de 1 ano. Uma coisa sem importância, apenas um altinho cheio de líquido amarelo, em quantidade suficiente (e esta seria definitivamente a deixa do meu irmão) para temperar uma salada.
Comecei por ir em Outubro ao meu médico, que me marcou uma consulta de dermatologia para Dezembro, e 2 meses depois já está tudo resolvido.
O hospital onde hoje fui é novinho em folha, e tinha duas médicas e uma enfermeiras a tratar de mim. Com o meu habitual estado de nervoso nestas situações (quem já foi dar sangue comigo sabe como é), e sem a mamã por perto, em três tempos tinha uma das médicas a dar-me a mão. Como me dizem aqui em casa, sou um "menino"!
Mas foi uma coisa de 15 minutos, a única coisa que senti foi a picada da anestesia, e cá estou eu de volta ao trabalho!
P.S. "o seu a seu dono": lembrei-me agora que "a mamã", na mensagem matinal a desejar boa sorte, me disse que tinha pedido a Nossa Senhora para me segurar na mão. Nem uma nem Outra falham nunca ao "menino"!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2006

Valentim

Ele até pode oferecer frigoríficos e máquinas de lavar, mas algo me diz que não é nenhum santo!PS: triste vai a vida quando esta é a coisa mais romântica que me ocorre dizer no dia...

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

Saturday Night Fever

Pelo calendário biológico, já devia ter saido da adolescência há algum tempo. Contudo, a cada passo vejo-me possuido por sentimentos que já não deviam ser para a minha idade. Um exemplo disso é a neura que me dá quando não tenho programa num sábado à noite. Há muitas pessoas que preferem aproveitar o fim-de-semana para ficar em casa a descansar, mas eu ainda tenho aquela ideia de que não há melhor que uma boa dose de animação para recarregar as baterias. E fico chateado quando perco a oportunidade.

Foi o que aconteceu este fim-de-semana. Os meus flatmates tinham os seus programas. Telefonei para toda a minha lista (4 ou 5 pessoas), a ver se arranjava companhia para um qualquer programa, mas não tive sorte: ou estavam cansados ou a fazer outra coisa. Quem acabou por sofrer foi a barriga, com uma sobrecarga de 10 crepes com recheios diversos, e os meus flatmates, que ao chegar a casa levaram com o meu amuo, quando não tinham culpa nenhuma. Mas nada que não se resolvesse no dia seguinte, com uma boa conversa a dar colorido a um domingo cinzento.

Até agora, tem sido quase só em momentos como este - sem nenhuma importância quando os vejo com olhos de adulto - que me lamento de estar aqui e não em casa. Não é que eu não tenha saudades do resto, apenas sinto a familia e os amigos sempre próximos, e nunca passam muitos meses sem que eu lá volte. Mas lá que tenho saudades dos sábados à noite (ou sextas, ou até durante a semana), onde a dificuldade era escolher entre vários programas, isso tenho. Achava que a vinda para Londres me ia ensinar a gozar os momentos “só comigo”, mas passado mais de 1 ano não vejo qualquer avanço.

De qualquer forma, na próxima semana vou-me vingar: 3 festas em 3 noites seguidas, e na companhia de 3 visitas vindas de Paris. Gosto pouco, gosto…

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006

Céu Aberto e Aquarela

Já passaram 2 semanas, mas ainda vou a tempo de celebrar aqui o facto de que finalmente o MSV assinou a escritura da casa do Céu Aberto. Há anos que o processo se arrastava nos corredores da CML, mas agora a casa já é nossa! Nossa, quer dizer, das crianças em risco que dela vão beneficiar, ao mesmo tempo que as suas familias são acompanhadas por técnicos, com vista a ganharem as capacidades que lhes faltam.
A casa que podem ver na foto (tirada pela Mafalda) fica no parque da Bela Vista, no meio de um grande espaço verde. No entanto, o seu estado não é o melhor, pelo que vai precisar de obras na ordem dos 500 mil euros (!). Por isso sempre houve a urgência de juntarmos dinheiro, e grande parte das receitas das campanhas de T-shirts, em que eu trabalhei há 2 anos, tinham este destino. Acontece que, na sequência da escritura, recebemos um valente empurrão do Rock In Rio, que escolheu o Céu Aberto como uma das 3 instituições a serem apoiadas pelo evento, pelo que dali esperamos que saia o dinheiro que nos falta para estas obras. Tudo indica que elas possam começar já nos próximos meses, o que vai tornar possivel abrir a casa daqui a pouco tempo.
Por ter seguido de perto todo este processo, e por acreditar que o que dali vai sair é uma coisa muito boa (em que eu quero participar activamente!), fiquei mesmo contente com a noticia!
E já que se fala do MSV, aproveito para lembrar o Projecto Aquarela, que funciona num bairro periférico da cidade de Montes Claros, onde eu estive no verão de 2003. Muitas das crianças que nessa altura conheci podem agora passar o tempo que lhes sobra da escola num lugar onde estudam, brincam e têm alguém que os ajuda. Uma obra que nasceu do empenho da Rita e da Zezinha, com a ajuda imprescindivel das irmãs Escravas de lá e o planeamento do Pedro Sottomayor do lado de cá.
Para este espaço poder funcionar, muito do dinheiro vem de Lisboa. Aqui entra o meu desafio: se quer(es) entrar nesta cadeia "ao serviço da vida", que tal dar uma espreitadela aqui e considerar patrocinar uma das crianças?

Estranhos hábitos

Em resposta ao repto lançado pela Maffa, aqui vão os meus 5 hábitos mais estranhos. Foi difícil escolher de entre tantos outros...

1. Fazer listas de tudo
A começar pelas despesas, tenho um ficheiro em Excel com todo o dinheiro que gasto (ao cêntimo!) e outro para as contas da casa. Tenho uma agenda de bolso para apontar as coisas que tenho para fazer, e outra tipo livro para registar aquilo que fiz. E agora, como quase sempre sou eu que vou ao supermercado, estou sempre a fazer a lista das compras necessárias. A cada passo começo a fazer a lista dos concertos a que já fui, dos países que já visitei, das companhias em que já voei, das figuras públicas que já vi... No limite da loucura, cheguei a começar um ficheiro com as pessoas que conheço, mas felizmente nunca mais lhe peguei.
Tudo começou quando eu tinha 4 anos. Aprendi a ler cedo demais, e como estava sempre em casa e não devia ter muito com que me distrair, resolvi começar a apontar tudo o que fazia, com hora e tudo (do género: "9h34 - tomei o pequeno-almoço"). Depois de pôr os nervos em franja a toda a família, acabei no psicólogo, que me mandou para a escola para brincar com outros meninos e deixar-me de parvoíces. Foi remédio santo, mas o bichinho ficou.

2. Na casa de banho
Este é um pouco mais íntimo. Se se trata de uma necessidade mais demorada, tenho de libertar-me primeiro de toda a roupa: camisolas, camisas, calças, boxers, relógio, tudo! Esteja frio ou calor, em casa ou no trabalho. Não é que eu alguma vez tenha pensado, é apenas um hábito instintivo que me acompanha desde miúdo. Eu sei que é uma coisa que parece muito estranha para quem nunca o fez, e por isso mesmo tranquilizou-me ter vindo a descobrir uma mão cheia de amigos que padecem da mesma panca.

3. Lembrar-me de datas
Sei de cor os anos de toda a gente, mais os anos de casados, de namoro... E sem grande esforço consigo lembrar-me do que aconteceu no dia x, mesmo há alguns anos atrás. Sei que a SIC abriu a 6 de Outubro de 1992, que o Sporting se sagrou campeão a 14 de Maio de 2000, ou que a princesa Diana morreu a 31 de Agosto de 1997. Tudo informações perfeitamente inúteis!
No outro dia fui-me inscrever na Segurança Social daqui e tive de responder a um questionário exaustivo. Perguntaram-me quando tinha estado no Reino Unido pela primeira vez, eu respondi "em 2001". "Sabe as datas?", que pergunta mais ridícula. O pior é que eu sabia.

4. Adormecer em todo o lado
Claro que dormir pouco à noite é a causa óbvia de que eu adormeça sempre que me apanho desocupado, sobretudo nos transportes ou no sofá. Mas mesmo quando estou bem dormido, é-me muito difícil resistir ao escuro de uma sala de cinema ou à homilia de uma missa ao fim da tarde. É uma coisa lá de casa, ninguém tem problemas em ferrar no sono, e mesmo quando na adolescência os meus pais me diziam que não conseguiam dormir descansados enquanto eu não chegasse a casa, era certo e sabido que, ao entrar em casa, os ia encontrar já a ronc... a dormir.
Mas eu sou pior: adormeço sentado, em pé ou de joelhos, de um segundo para o outro... já fui! E já me aconteceu adormecer a cantar, a tocar guitarra, ao telefone, a andar, em pé no meio do autocarro (com direito a uma cabeçada no vidro, seguida da gargalhada de metade do autocarro), no futebol, nas aulas, na casa-de-banho... Ainda um dia hei-de fazer o teste da apneia do sono.

5. Nas compras
Nunca posso comprar a primeira coisa que vejo. Se estou à procura de umas calças, por exemplo, e mesmo que saiba exectamente de que tipo quero, tenho de ir a todas as lojas, comparar os preços e os pequenos detalhes (costuras, botões, tudo!), e só depois de ver tudo é que decido. Muitas vezes pela primeira coisa que vi.
Se por um lado esta mania até parece ter uma base racional, com vista à poupança e à escolha do melhor produto, na verdade traduz-se muitas vezes num desperdício de tempo considerável, tal é a dedicação com que abraço a tarefa. E isto aplica-se não só a roupa, mas também à escolha de bilhetes de avião, presentes de Natal ou restaurantes. Por isso é que acabo sempre por ir às compras sozinho.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006

Adivinha quem veio jantar

O nosso jantar de ontem teve a presença de dois ilustres visitantes: o Carlos, meu cunhado, e o Ivo, que trabalha com ele. Vieram para uma conferência e aproveitaram para dar umas voltas pela cidade. E foi giro estar com o Carlos noutro contexto que não o dos almoços de familia, mais ainda por ser na minha casa com os meus amigos.
O menu foi variado: salsichas com maçã e bacon, acompanhadas de tomate e puré, e ainda pimentos recheados com feijão. Para a sobremesa, mousse de manga. O suficiente para terminarmos, nós e eles, completamente cheios.
Tenho muita sorte, porque Londres é uma cidade onde se vem, de visita ou em trabalho. Por isso, ainda que estes encontros não deixem de ser especiais, ao mesmo tempo parecem perfeitamente normais, como se Lisboa fosse já ali, do outro lado do metro...

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2006

Teste


Há 10 anos:
- Andava no liceu em Almada e sonhava ser jornalista.
- Fui passar férias com amigos pela primeira vez.
- Nunca tinha andado de avião.
- Ser tio ainda era novidade para mim.

Há 5 anos:
- Estava a meio do curso de Direito e ainda sonhava ser jornalista.
- Entrei para o MSV e fiz o meu primeiro projecto em Vaqueiros/Alcoutim.
- Vim a Londres pela primeira vez (era a viagem com que mais sonhava - que pouco ambicioso!). - Enquanto vários amigos iam para Erasmus, eu não concebia a ideia de viver fora do País.

Há 2 anos:
- Estava a trabalhar como administrativo na CCPJ, nos Restauradores, a um mês de começar a vender T-shirts (e a poupar o dinheiro que ganhava para os estudos em Londres).
- Quase todos os dias passeava pela Baixa.
- Raros eram os dias que não tinha um programa à noite.

Há 1 ano:
- Estava a fazer o Master em Política Social na LSE, sem fazer ideia de que trabalho iria procurar a seguir.
- Todos os dias tomava o pequeno-almoço e jantava com pessoas do mundo inteiro, na residência de Passfield.
- Estava prestes a ir a Paris, onde nasceu um grupo de amigos.
- Achava que em Setembro voltaria de vez para Portugal.

Ontem:
- Fui ao IKEA comprar coisas para a minha casa.
- Participei na missa em inglês.
- Falei ao telefone com os meus Pais, sem pagar nada.

Hoje:
- Fui visitar os nossos escritórios em Windsor (no campo!), onde a association teve origem.
- Percorri toda a Oxford Street a pé.
- Jantei sozinho em casa pela primeira vez.
- Passei a ferro 7 camisas.

Amanhã:
- Volto ao trabalho normal, em Stratford.
- Vem cá jantar o meu cunhado, que vem a Londres para uma conferência.

5 “smiles” na minha vida:
- Mãe há só uma!
- Os meus sobrinhos
- Em representação dos seus conterrâneos, o Radson de Montes Claros e a D. Catarina de Vaqueiros.
- Os amigos que fui conhecendo (e quase sempre mantendo) ao longo destes 25 anos.
- Quando vou ver as estatísticas e vejo que me continuam a ler.

5 coisas que faria logo se tivesse 1000 euros para gastar:
- Comprava 10 viagens para Lisboa e ia 1 vez por mês.
- Apadrinhava 3 crianças do Projecto Aquarela.
- Imprimia todas as fotografias que tenho no computador.
- Alugava um espaço com pinta e organizava uma festa de arromba para todos os amigos.
- Comprava um iPod para libertar o meu portátil de 10GB de música.

5 coisas más que não consigo parar de fazer:
- Chegar sempre atrasado.
- Deitar-me a poucas horas de me ter de levantar.
- Olhar para uma mesa e pensar que tenho de provar (e, de preferência, repetir) tudo.
- Querer controlar toda a gente à minha volta.
- Dobrar sacos de plástico em triângulos (não é necessariamente mau, mas faz-me sentir ridículo).

3 coisas de que tenho medo:
- Das alturas
- De chegar solteiro aos 30 (mas também não precisa de ser antes!)
- Que me morra alguém, sobretudo enquanto estou cá.

3 coisas que agora me apeteciam mesmo:
- Crepes feitos pela Mamã
- Uma Fanta laranja
- Uma semana de praia

3 lugares onde quero ir:
- Copenhaga (em Maio)
- Colômbia (no Verão)
- Chile (para o ano)

(Obrigado Mafalda, a.k.bikuka e Menina Azul, por me terem feito voltar aos meus tempos de escola, quando fazíamos inquéritos para nos entretermos durante as aulas.)

Made in IKEA

Este é, desde ontem, o meu novo cantinho do computador. Apesar de a casa estar cheia de apetrechos comprados no IKEA pelos nossos senhorios (qual dos recém alojados não terá aquele escorredor de talheres com furinhos?), nós ainda não tínhamos ido lá comprar nada. E ontem lá fui eu, até "Bué Bué Longe", comprar uma secretária, que já estava farto de andar com o computador ao colo.
Foi um sacrifício carregar um pacote com 17kgs, de autocarro e metro, durante 2 horas (o suficiente para me fazer andar, em pleno inverno londrino, de manga curta!), mas valeu a pena, o meu quarto ficou bem melhor!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2006

As aparências iludem

Esta merece ser contada.
A Francisca e o Rodrigo são um casal de chilenos que conheci este ano. Ela é arquitecta, está a fazer em part-time o Master que o Eduardo fez o ano passado, e no resto do tempo trabalha. Ele está a fazer um doutoramento em Antropologia em Barcelona, mas passa a maior parte do ano cá com a namorada.
Têm sido presença regular nas festas em nossa casa: a Francisca, gira todos os dias (outra expressão lá de casa), passa o tempo a dançar, enquanto que o Rodrigo, extremamente sociável, faz conversa com toda a gente. E ele ficou encantado com o facto de eu ser português, porque tem uns tios que são correspondentes estrangeiros em Portugal e ainda há uns meses os foi visitar. Com direito até a ir assistir ao vivo ao anúncio da candidatura do Mário Soares.
Ambos pertencem ao red-set chileno, qualquer coisa que para nós estaria entre um PS chique e um BE lavadinho, com roupa escura e lenço ao pescoço. Estão a ver o género, não estão?
Encontrei-os numa festa (como sempre) no fim-de-semana das eleições chilenas, e desejei-lhes boa sorte. Depois de saber da vitória da candidata socialista, mandei um mail a felicitá-los.
Já aqui vos expliquei porque é que no Chile votaria à esquerda, e um dia destes posso explicar porque é que em Portugal voto à direita. Mas por agora deixo-vos o mail que o Rodrigo me mandou esta semana, e que me motivou uma valente gargalhada. Assumiu que eu era "um deles"...
Tiago, lamentablemente no podemos felicitarte por las elecciones en Portugal. El triunfo de Cavaco Silva es un balde de agua fría al pueblo prtugués que desde el 74 no tenia un presidente de derechas. Igualmente solidarizamos, asi que el 9 de marzo, el dia que asume la presidencia, nos vestiremos de negro estricto en señal de luto. Un abrazo,
Rodrigo

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2006

Colômbia

Está comprado! Desde o dia em que a Catalina nos contou que ia casar, ficou decidido que íamos. Mas foi um processo demorado até termos os bilhetes na mão.
Como queríamos juntar um segundo destino à viagem, considerámos sucessivos planos. Primeiro surgiu a hipótese do Brasil, onde o Leopoldo também se vai casar na mesma altura, mas infelizmente tivemos de desistir da ideia, por ser caro demais. Depois não consegui convencer o Eduardo a ir ao Panamá, numa viagem que ficava quase ao mesmo preço de ir só à Colômbia. Eu estava entusiasmado com os relatos do Artur, que ficou fascinado pelo Panamá, e esta era uma oportunidade rara para lá ir, mas acabou por falar mais alto a vontade do Eduardo de ir conhecer Nova Iorque.
E claro que a ideia também me agrada! Estive lá em 2002, a caminho das Jornadas Mundiais da Juventude, e deu para passear pela cidade durante 5 dias, mas em condições especiais: visitar uma cidade daquele tamanho com um grupo de 30 pessoas não é o ideal, e como estávamos alojados numa comunidade portuguesa em Newark não dava para aproveitar o dia todo, pelo que ainda me falta ver muita coisa. Desta vez vamos ficar 6 dias em casa da Ana, que no fim de Março se muda de Londres para o centro de Manhattan, e vamos aproveitar para nos encontrarmos com o John, o Andrew e a Rachel, que conhecemos este ano.
Mas o prato forte vai mesmo ser a Colômbia! Chegamos a Bogotá no dia 29 de Junho, o mesmo dia em que o Roberto chega da Guatemala. Por esses dias faremos certamente uma "festa de queijo e vinho", versão despedida de solteira. Vamos ainda visitar Medellin, onde vive a Natalia e o Juan, e Cartagena, uma cidade junto ao mar das Caraíbas que chegou a ser o mais importante porto comercial da América do Sul durante o domínio espanhol.
O ponto alto vai mesmo ser o casamento, no dia 8 de Julho. Felizmente o padre nunca pergunta "alguém se opõe a este casamento?" - isso é só mesmo nos filmes! -, senão ia haver 4 jovens fortemente tentados a dizerem qualquer coisa... :) E se as festas colombianas aqui já eram qualquer coisa, nem imagino como será a festa de um casamento!
No dia seguinte temos a final do Mundial, esperemos que Portugal possa lá estar. Eu apostei com eles que chegávamos pelo menos às meias-finais, por isso vamos ver se Scolari e os nossos rapazes me rendem umas bebidas à pala!
Assim vão ser as próximas férias, agora é só esperar pelo dia. E com os bilhetes na mão, posso finalmente ficar mais descansado.