terça-feira, 10 de janeiro de 2006

Morcego

Sempre fui assim, desde pequenino. Fazia finca-pé para ficar acordado a ver televisão até tarde. Eram os concursos do Fialho Gouveia (havia aquele que era por distritos, e as equipas tinham de inventar teatros e músicas), o Casino Royal, o Modelo e Detective. E não me lembro de os meus pais me estipularem uma hora para deitar. Mas não terá sido por falta de tentativas...
E sempre gostei de coisas a meio da noite. Lembro-me de ver o Porto ganhar a Taça Intercontinental no fuso horário do Japão e de exigir que me acordassem para ver o final da maratona da Rosa Mota em Seul, isto andaria eu pelos 8 anos. A partir dos 11 anos comecei a assistir em directo aos óscares, às escondidas dos Pais; ainda me lembro de estar no recreio da escola da Trafaria a contar a façanha. E depois veio aquela noite de Agosto que passei nos Capuchos, com a Mãe e a Isabel a ver a chuva de estrelas cadentes. E nas férias de adolescente, se não tivesse uma directa de conversa até ao amanhecer era porque não tinha sido giro. E até para a beatice, se há uma vigília qualquer durante a noite, não é para mim nenhum sacrifício, mas um aliciante.
Não sei porque sou assim. Sei que não é muito saudável matar horas de sono, mas há males piores. E também não é assim todos os dias! Mas gosto de ficar por aqui, a casa já em silêncio, apenas com a música que sai do meu portátil (nesta fase, Jack Johnson). Pela meia-noite aparece a Mafalda ou a Ana Isabel no MSN, lá para a uma o meu irmão João (que padece do mesmo mal que eu, mas não tanto por escolha), e agora também o Zé Maria que está na Califórnia. Vou lendo as notícias do dia seguinte, faço as contas ao dinheiro (outra mania), arrumo e desarrumo o quarto, vou sacando músicas... Às vezes ainda vou trocando umas mensagens com o Artur, quando estamos inspirados (a lembrar outras noites, muitas, passadas à conversa em Martinlongo ou tantos outros lugares). E se for como hoje, posso-me lembrar a meio da noite de ir lavar a loiça do jantar e fazer uma máquina de roupa.
Suponho que não vá ser assim o resto da vida. A resistência há-de ir diminuindo e nenhuma mulher me vai aturar isto. Mas por enquanto ainda acho os dias demasiado curtos para não precisar das noites também.
Bem, tinha posto como objectivo não me deitar hoje sem aqui deixar um post. E foi isto que me saiu, às 5 da manhã...

6 comentários:

Anónimo disse...

Não vou dizer quem sou para não passar por "boiola", mas depois de ler este post fiquei com mais saudades de ter-te por cá!!! Volta depressa!!! Só uma deixa... estou a ver o teu blog às 8h48! (se bem te conheço não precisavas disto para saberes quem é este fã anónimo)

Anónimo disse...

Também eu era assim. Noitadas de leitura, tv, net, conversa,... Até que fui pai. Agora às 11 horas estou pronto para dormir. Por vezes até mais cedo. Felizmente!

Anónimo disse...

T... esperemos que essas horas perdidas que não te façam mal! Como é que consegues estar à frente do computador às 5 da manhã, sabendo que no dia seguinte estarás acordado "prai" às 8??
Hasta!!

Anónimo disse...

Este post fez-me lembrar uma noite de acampamento, algures em inglaterra, chuva torrencial, tendas dos rapazes à frente da tendas das raparigas ("ai que giro as tendas perto!!")... Hora de dormir, meninas caladinhas como convém às altas horas... E os gralhas dos rapazes,Tiago e Zé,na conversa(da treta, só pode!!!!)!!! Quais miudas de 15 anos!!!!!!
"Eu não tou nervosa, MAS SE VOCES NAO SE CALAM IMEDIATAMENTE..."

De facto Tiago, não sei que mulher suportará esse ritmo!!!!bjs!!

Maffa disse...

Oh Inocas, acho que nao tás bem a ver a coisa... Que sortuda será essa mulher! O bébé acorda durante a noite a mulher descansa a pestana e o Tiaguinho todo contente vai lá embalar o petiz... Perfect!

Mafi disse...

Maffa...vais conseguir que o Tiago deixe de ter esses horários só a pensar nisso dos babys! eheheh... :P