domingo, 28 de novembro de 2004

Um serão português

Mais um domingo em Passfield Hall. O penúltimo antes das férias!
A tarde foi calma. Por falta de jogadores, hoje não houve partida de futebol. Depois de me deixar dormir para cima dos livros, optei pelo quarto do Eduardo para me tentar manter um pouco mais desperto, e escrevi um terço do primeiro essay.
Depois do jantar (que é como quem diz, às seis), fomos os dois à missa espanhola. "Saber que vendrás, saber que estarás, partiendo a los pobres tu pan", sempre bom ouvir este clássico internacional!
No final, resolvemos ir dar uma volta pela cidade. Fizemos primeiro a Oxford Street até ao fim; as lojas já estavam fechadas, depois de mais um fim-de-semana de intensa actividade. O objectivo era Notting Hill, que ele ainda não conhecia. Não era assim tão perto, mas o caminho fez-se bem. Ao chegar, percorremos a Portobello Road, local do mercado imortalizado pelo filme Notting Hill. Comentei que ali perto havia um supermercado e dois cafés portugueses, e fomos até lá espreitar. Tudo fechado, claro está, mas ao pé deles descobrimos a "Casa Santana". O nome fazia lembrar a política nacional, que não anda pelos seus melhores dias, mas a fotografia na ementa dava para entender que se tratava de um restaurante madeirense. Vi que tinham caldo verde, e as saudades falaram mais alto: entremos!
A televisão estava sintonizada na TVI, que mostrava imagens do Congresso do PCP. Expliquei ao Eduardo que no terceiro maior partido português (segundo as sondagens) ainda se gritam vivas ao marxismo-leninismo. E ele, perplexo: "Nooooo!!! That's insane!"
Entretanto lembrei-me que o Sporting devia estar a jogar por aquela hora, e perguntei se tinham SportTV. E assim ficámos a vibrar com o jogo, o Eduardo divertido com o nome do adversário (Moreirense, sendo que o apelido dele é Morera) e atento aos ataques do Pinilla, antigo jogador do seu clube (Universidad de Chile), e eu contente da vida pela goleada (mais uma!) que nos coloca a um ponto do Benfica.
Saímos, andámos uns 5 minutos e demos de caras com uma placa com letras garrafais a verde: "SPORTING". Abrimos a porta: mesas de jantar, um organista que canta "Vamos brindar com vinho verde..." e um casal a dançar - o típico clube de emigrantes. Fica para uma próxima oportunidade, quem sabe na próxima jornada...

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